DONA DE MIM
Quando mais me julgava bem vivido,
ia livre do amor, de vento em popa,
de repente o tacape do cupido
tira o prego de sob a velha estopa...
Você chega igual tiro à queima-roupa,
nas caladas do peito adormecido,
feito mosca discreta em minha sopa
ou a traça invisível no tecido...
Esta força incomum ao meu instinto
faz os olhos gritarem o que sinto;
a carência deixou de relutar...
Os meus nãos desaguaram neste sim,
pois você me faliu; tirou de mim;
pouco a pouco virei o seu lugar...