COM O CORAÇÃO NAS MÃOS

Num aperto de mão dizemos: Sim!

Como que apelando ao coração

Num contrato de longa duração

De preferência, que não tenha fim.

Para quê atirar a mão – assim –

Como quem sopra a bolha de sabão?...

Porque não apertar com emoção?...

De olhos nos olhos e dizendo: Sim!…

Num aperto de mão dizemos tudo

Pois é no seu empenho, sobretudo,

Que se vê a verdade do contacto.

Não há como sentir na minha mão

A batida real do coração

Que não escapa à vista do meu tacto!

[31/10/2005, Abílio Henriques]