Soneto do gato preto

Na calada da noite solitária,

escolado nos becos do perigo,

escalada de telhados, bem diária,

é o gato do meu terreiro, querido.

Todo negro, pelos fofos

sob a chuva, soturno,

desprendido de estorvos,

vive seu misterioso turno.

Ninguém sabe como come

ou a quem sempre avisa

de sua vida, se tem fome.

Mas habita meu terreiro

sua vida calma e branda,

seu andar rápido e sereno.

Thiago Sobral
Enviado por Thiago Sobral em 23/08/2013
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