Soneto quebrado
Gosto da chuva que molha a janela,
gosto do vento que traz o clarão
do relâmpago. São pingos em tela
feita de chuva e emoção.
São sombras do tempo perpassado
pelo corroído pensar mais íntimo
que de tão espremido se torna ínfimo
silêncio do corpo desalmado.
A chuva da janela é o presente
desdobrado e refeito passado,
sentimento intermitente.
O vento e o relâmpago são a lente
da minha visão que não mais consente
em ver o perfeito quebrado.