Triste tarde

Debruçado nos trapos da janela

Eu chorava também ali sentindo

Com o vento abalando o tamarindo

Que ficara a servir de sentinela

A nossa casa não era mais aquela

Um outro lar estava ali surgindo

O cabide de pau se demolindo

Uma porta quebrada sem tramela

Numa tarde quentíssima de agosto

Eu sentia o vínculo do desgosto

Devastando minh´alma combalida

No terreiro da casa em que morei

Cabisbaixo também ali chorei

Vendo a foto fiel de mãe querida.

Poeta Agostinho
Enviado por Poeta Agostinho em 28/10/2013
Código do texto: T4545338
Classificação de conteúdo: seguro