SOZINHO
Um luar de neon; forjado brilho
duma lua de gás que apenas flerta;
ela foi a canção sem estribilho
entoada no vão da voz deserta...
Foi aquela certeza tão incerta
quanto rumos voláteis de andarilho,
feito grande fortuna em mão aberta
ou a locomotiva sem o trilho...
Ela nunca foi sempre; sempre tinha
tanto nunca na forma de ser minha,
que me dei por feliz de quando em vez...
Pela vaga esperança no depois,
fui amando sozinho por nós dois
a quem sempre se amou por dois ou três...