SONETO DA ILUSÃO

Hoje a minha saudade quer teu eco,

sem o qual reconheço que sou oco;

choro todo meu mar, definho, seco;

perco as folhas; as flores; viro toco...

Pago as penas do amor, mas peço troco;

és meu mundo e só quero ser teu gueto;

sou a boca do estômago, és o soco,

se não surges dos vãos do meu soneto...

E se nem pelo arroubo deste apelo

a saudade puder quebrar teu gelo,

já não sei se meu sonho tem razão...

É preciso acordar uma verdade;

só eu sinto e conservo esta saudade;

meu amor tem a marca da ilusão.

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 04/04/2014
Código do texto: T4755885
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