O perdedor

Meu pai tinha uma mercearia;

Na mercearia tinha um bilhar.

No bilhar tinha a alegria...

E a tristeza do perdedor.

A monotonia vencia o vencedor,

O ganhar já não lhe fazia feliz.

E o lavrador, perder?

Nunca quis.

O sol que queimara a lavoura,

Lhe fez perder a visão;

Perder o jogo e ir embora,

Sem levar aos filhos o pão.

Mas quando chegou a aurora.

Lhe fez ao Criador pedir perdão.