ESCREVER ME BASTA!

Qualquer coisa penso, às vezes em fazer;

Mas quando vou fazer, logo me chateio;

Pois não queria fazer o que pensei, creio;

Então faço o que me dá prazer: escrever!

Fiz tanta coisa, mas só com algum prazer;

O que fiz, sem me aprazer, ocorreu enleio;

Sim, faço algo, porém escrevo de permeio;

Se não escrevo, sinto o pesar do desprazer.

Já não faço tanta coisa. Escrever me basta!

O pouco que faço é com a luz do amor acesa.

Se fizer algo sem amar minha vida desgasta.

Faço o que agrada a minha íntima natureza.

Se for para escrever, sem nutrir-me do amor

Que emana da escrita, deixo de ser escritor!

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 12/07/2014
Reeditado em 16/01/2021
Código do texto: T4879756
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