NOITE ARREPIANTE
Caminho apressada pela cordilheira
levo as botas, uma em cada mão,
já se faz tarde, atravesso a ribeira
caminho descalça com os pés p'lo chão,
Vejo as pedras no fundo a brilhar,
a margem escurece com o denso arvoredo.
Não penso em nada só quero caminhar
mas a noite cai, e então tenho medo.
Oiço barulhos próprios da floresta,
mas os suores correm-me p'la testa,
sinto o medo a apoderar-se de mim.
Fico escondida tiritanto com frio,
quero ir p'ra casa. Sinto um arrepio.
Que noite medonha que não tem fim.