SONETO ANTIRROMÂNTICO

Quando quero esquecer nem lembro isto;

sendo assim, não preciso mais fazê-lo;

se me cabe gelar me torno gelo;

caso queiras, partir já tens meu visto...

Dar adeus não requer tamanho apelo;

é um corte que faz sangrar meu cisto;

depois passa, não vou posar de Cristo

nem querer estampar moeda e selo...

Desde agora só és quem aqui jaz;

nada parte minh´alma na partida;

teu aceno me ajusta e deixa em paz...

Tua ida bem-vinda estorna o quanto

esqueci ou deixei ficar pra trás,

e não quebra; rejunta o meu encanto...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 12/04/2015
Código do texto: T5204572
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