A musa inalcançável

Oh anjo, sereia celestial da real fantasia,

Procuro-te num oceano igual, a esmo;

Encontro mulheres na praia, que assea;

Mas desejo ninfas e fadas, com esmero...

O que vejo eu com os olhos que Deus me deu?

Será trágica fulgura, que quadro d'amarguras,

É canto funeral, meu Deus, meu Deus, que horror!

O algoz, mirando o tiro, ensanguentado o coração meu:

Surge qual mulher com o desdém que me insegura:

Estou perdido, afogando-me numa maré de dor...

É o amor que, do meu encanto, deixou-me o pranto

Para chorar de uma languidez incomensurável,

E, sem compaixão, atira a sentença no meu peito:

Estou esperando o meu amor inalcançável...

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 15/07/2015
Código do texto: T5312057
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