Oh musa, aceita-me?

Oh meu doce amante, que tudo termina num amanhecer urgente,

Qual sombra da morte, choras e és forte, urge me ver,

Mas o sonho cortado te deixas mag'ado, com o mesmo querer,

Mas eu tenho amado já outro trocado, com o sinceramente...

Precisas querer, precisas fazer e precisas ser, mas és nada,

Por isso, tristonho, o vil enfadonho poeta a chorar,

Fazes da vida, já muito batida, mais sorte a se dar;

Entra, qual morte, no peito já velho e ama a mortalha...

Mas o pobre desgosto do vil garoto insiste a ficar;

Então não tremes ao ver que em mim fremes outro a chorar,

Qual marido ou amante, já não relutante, eu outro a amar -

Pois sou tua musa, a real salutante amada a serenar

A dor do peito, encostado em meu seio, gemendo a soluçar

Vis poemas, não mais sinceros, mas vampíricas: O sangue a chupar...

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 14/08/2015
Código do texto: T5346254
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.