O Andarilho
Do começo da jornada
Sobre um alazão de sonhos
Nem alegre, nem tristonho
Não tive, nem tenho nada
Tenho fé só na poeira
Da vida vou sem favores
Se ela é dor, foi passageira
Se ela é flor, já não há flores
Há muito vou desmontado
De tudo guardo a lembrança
Que nunca esteve ao meu lado
Dos sonhos só vejo rastros
Que a vista, a custo, alcança
Tão distantes como os astros.
Ouro Preto, 17 de agosto de 2015.