PROFUNDAMENTE RASO

O que dói já não dói; ficou dormente;

começou a doer sem causar dor;

aprendi a ser são, mesmo doente,

comandar e reger qualquer tumor...

Ao amar dito as regras; meu amor

sai do peito e palpita em minha mente,

seus espinhos obedecem à flor

como as águas atendem à corrente...

Não sou frio; só sei brincar com fogo;

tenho às mãos a cartilha desse jogo

de lidar, de sentir e ser do mundo...

Mesmo sem deduzir qual é meu prazo,

vivo como se tudo fosse raso,

apesar de saber que o poço é fundo...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 17/08/2015
Código do texto: T5349398
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