A moça que passava

Esbelta, tão firme e silenciosa, sorrisos entrementes,

Sua volátil singularidade dava-lhe o belo rosto,

Mas quão doce suspiro, eu gemendo de desgosto,

Pois a bela sereia era humana e eu não sou do seu gosto...

Porém, serenando o coração às experiências profusas,

Não senti naquela beleza algo menos fugaz que passageiro,

Pois a morte corria em suas veias e a beleza se ocultava em rugas;

Porém, mostrado o recato aos pobres: Jamais serei o primeiro...

E vivendo o momento de passagem, vi a eternidade consumar-se -

Eu amava aquela moça com tanta vontade que se plantou uma semente

No meu coração, fazendo-me sentir compaixão qual fosse deposto...

Porém, o meu amor viu-se em espectral a rir-se,

Qual rosto que se alegra de se ver, como uma mulher confusa:

Será que esta felicidade supera este sofrimento? Foi um flechar certeiro...

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 22/08/2015
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