Confissão de um poeta

Doer dói, mas o coração tudo suporta, serei contemplado um dia

Por uma musa-sereia que, estar no cio, anuncia?

Os meu braços tremem e eu vejo, como sempre vi, mas não amo naquele tempo,

Mas depois me arrependo e fico a chorar querer amá-la a contento...

O meu amor torpe, o meu desejo que acaricia faz de mim um frustrado amante,

Mas meu suor, meu tom caliente busca na dor a suposta boca que profere versos qual beija;

Entretanto a dor, o prazer de amar, o calar e esperar faz-me antes,

Mas depois eu escrevo, transformo-me poeta, ou o que quer que eu seja...

O ar de inconstância, o mar de amizades que perdi, o amor que jamais sonhei

São tudo fruto do meu pecado proibido pelo meu livro moral,

Mas, se um dia pecar, que não seja contra a minha musa...

O amor que pude dar era ódio e deslealdade amorosa própria, e sei

Que o amor exige confiança, lealdade, e não sexo banal,

Então, se há algo além que eu odeie admitir, que Deus me corrija...

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 23/08/2015
Reeditado em 24/08/2015
Código do texto: T5356833
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.