A Máquina de Escrever
Para Ana Elisa
Primeiro algumas letras se agarravam
Um fato inesperado até então
E foram separadas no teclado
Por lei dos puritanos de plantão
Mas eis que, vez em quando, acontecia
Em meio a teses sérias da ciência
O E tomava o S nos seus braços
As letras se abrandavam das carências
Então vieram letras digitais
Tão sérias, tão libertas dos encontros
Que nunca se agrupavam em casais
Quem sabe, numa frase sem calor
O A encontre o M, forme um verso
E surja algum soneto desse amor.
Luiz Walter, 04 de outubro de 2015.