A Máquina de Escrever

Para Ana Elisa

Primeiro algumas letras se agarravam

Um fato inesperado até então

E foram separadas no teclado

Por lei dos puritanos de plantão

Mas eis que, vez em quando, acontecia

Em meio a teses sérias da ciência

O E tomava o S nos seus braços

As letras se abrandavam das carências

Então vieram letras digitais

Tão sérias, tão libertas dos encontros

Que nunca se agrupavam em casais

Quem sabe, numa frase sem calor

O A encontre o M, forme um verso

E surja algum soneto desse amor.

Luiz Walter, 04 de outubro de 2015.

Luiz Walter Furtado
Enviado por Luiz Walter Furtado em 04/10/2015
Reeditado em 08/10/2015
Código do texto: T5404263
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