AS JANELAS
As janelas ouvem a voz do vento,
E as portas lá vão vivendo...
O Mundo inteiro vai morrendo,
E a lâmpada com o seu portento!
As janelas choram deste Mundo lento,
Da lentidão deste Mundo muito sendo...
Há tanta coisa que não entendo...
É pois o terrível perigo do movimento!
As janelas gritam de tanto medo,
De tanto medo desta solidão...
E é noite à tarde e não cedo!
E cedo é a vida na podridão,
E as janelas como um rio triste,
São afluentes do mar que existe!
LUÍS COSTA - Amadora
IN" BOLETIM DA A. P.P. e Jornal de Amadora e Gazeta de Felgueiras"