CORAÇÃO DE CONDOR

Sou poeta por sonho; não é por ofício;

só assim é possível me manter poeta;

nem o sou por costume, sacerdócio, vício,

muito menos movido a cumprir uma meta...

Não almejo medalha, pois não sou atleta,

como nunca me obrigo a nenhum sacrifício;

faço curvas, desfaço, vou em linha reta,

colho minhas razões numa espécie de hospício...

Cabe neste soneto meu verso de agora,

que depois voa livre, totalmente fora

de medida, engradado, rima, tradição...

Sou harpia, condor, sei traçar meus percursos,

rompo redes de arcádias, grêmios e concursos,

pela força das asas do meu coração...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 02/08/2016
Código do texto: T5716309
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