SEM ECO

Nem saudade resiste ao menosprezo;

ela morre por falta de respostas;

quem a nutre sozinho sente o peso

do silêncio de cruz em suas costas...

As lembranças despencam das encostas,

quando escalam com sonhos indefesos,

onde havia esperanças restam crostas

de sentidos que agora estão obesos...

O que houve de bom fica sem chão,

feito bicho de brejo no sertão,

como rio que um dia ficou seco...

Foi assim que murchou meu sentimento;

minha massa incruou sem seu fermento,

pois a minha emoção ficou sem eco...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 06/09/2017
Código do texto: T6106294
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.