um soneto para minha enteada adolescente...

A VIDA PRECLARA

DE LUÍSA TUPINAMBÁ

Ah, o salivoso verdor dos púberes anos!

Ah, as primícias do amor, da chama intensa!

Justo é que se as passe ao sol que abrasa,

Onde a graça é franca, leda e não se vê enganos.

Outrossim, quando és a pura e formosa,

Qual lânguida ninfa que fogueia nos planos,

Coberta de berloques e em ricos panos,

Fazendo nascer o azul na manhã abrumosa.

Sê feliz, meiga menina, dona de todo encanto.

Vá, que não seguirás sozinha. A vida preclara

Que terás, não te dará a conhecer o pranto.

Os alumbrados que te privarem a amizade,

Sem anteparos, fará-os-á padecer de amor,

Quando fluíres livre, deixando-os a vã saudade.

Ricardo S. Reis

Ricardo S Reis
Enviado por Ricardo S Reis em 19/08/2007
Código do texto: T614768