um soneto para minha enteada adolescente...
A VIDA PRECLARA
DE LUÍSA TUPINAMBÁ
Ah, o salivoso verdor dos púberes anos!
Ah, as primícias do amor, da chama intensa!
Justo é que se as passe ao sol que abrasa,
Onde a graça é franca, leda e não se vê enganos.
Outrossim, quando és a pura e formosa,
Qual lânguida ninfa que fogueia nos planos,
Coberta de berloques e em ricos panos,
Fazendo nascer o azul na manhã abrumosa.
Sê feliz, meiga menina, dona de todo encanto.
Vá, que não seguirás sozinha. A vida preclara
Que terás, não te dará a conhecer o pranto.
Os alumbrados que te privarem a amizade,
Sem anteparos, fará-os-á padecer de amor,
Quando fluíres livre, deixando-os a vã saudade.
Ricardo S. Reis