No amor só é bebida a embriaguez
Pensar, pensar, pensar, sem se embriagar,
enquanto pensei assim, nunca filosofei,
se filósofo ou poeta é o que posso abrigar
nessa embriaguez que criei, cantei,
canto é à filosofia hidropônica-etílica;
nascida no sovaco das estrelas lindas,
em tardes bem gostosas, alegrias infindas;
um brinde antes do corpo que ao teu te imbrica,
em confusão de pernas com que a mim brindas
a maciez do beijo bebido na boca,
na hora em que vêm ondas tão sucessivas;
que as pedras das sereias tornam-se berlindas,
no espanto de saberem haver em gruta oca
a ostra que acolhe as alegrias vivas.