Coragem progressiva de um pensar profundo após a barba feita

Medo, ao diminuir, nos deixa ir a esmo
com perda de objetos, muita trapalhada,
que faz o homem rir e o covarde ir ao nada
ou se encher de cachaça a comer torresmo,

quando o fígado grita a sua melancolia,
sem mais querer mais ser a cor do espanto,
desde que plante agora a flor que não colhia
por não ter posto em centro do seu canto,

como se fosse porta a sete chaves posta
e trancada ao bel ser que só se dê prazer
dentro do esconderijo de ser em si a porta

qual lâmina de espelho de pessoa imposta
a não ser mais pessoa embora queira ser,
e será enquanto não for ideia morta.
Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 17/08/2018
Código do texto: T6421985
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