A dor e o monólogo de quem se cura
O que excita a dor no corpo é a fuga
que sangra e leva a força embora do sujeito,
porque dor enjeitada é a que não tem jeito
pois dói e dá prazer e mói e até enruga
o que não tem sentido para ser aceita,
e é quando a fuga cessa que a dor ganha nome,
para ao ser reconhecida ser dor que não some
porque consegue falar e não mais se enjeita;
a fuga só coloca a dor noutro lugar
que não sendo o lugar onde a dor moraria
faz dor sem bem maior e causa de loucura,
que nosso corpo fala isso é lugar comum,
mas conversar c’ o corpo não faz mal nenhum
e é o falar c’ o corpo que nos leva à cura.
O que excita a dor no corpo é a fuga
que sangra e leva a força embora do sujeito,
porque dor enjeitada é a que não tem jeito
pois dói e dá prazer e mói e até enruga
o que não tem sentido para ser aceita,
e é quando a fuga cessa que a dor ganha nome,
para ao ser reconhecida ser dor que não some
porque consegue falar e não mais se enjeita;
a fuga só coloca a dor noutro lugar
que não sendo o lugar onde a dor moraria
faz dor sem bem maior e causa de loucura,
que nosso corpo fala isso é lugar comum,
mas conversar c’ o corpo não faz mal nenhum
e é o falar c’ o corpo que nos leva à cura.