O mordido
O que reprime tudo em quem foi mordido
por trauma de infância ou da puberdade
é a fúria incontrolável de um ressentido
que por ter sido vítima se vê em verdade
sem nenhuma escolha sobre ser o que é,
entre o nascer do sol e o cair da tarde
não há amor nenhum é a ferida que arde,
alargada por dor da cabeça ao pé,
aos braços leste a oeste em giro de loucura
que ao coração perfura e o sangra à morte
embora ainda viva no seio fatal,
e pulse esquisito doente e sem cura,
causando confusão, deixando à própria sorte
quem era inocente e, hoje, se julga mal.
O que reprime tudo em quem foi mordido
por trauma de infância ou da puberdade
é a fúria incontrolável de um ressentido
que por ter sido vítima se vê em verdade
sem nenhuma escolha sobre ser o que é,
entre o nascer do sol e o cair da tarde
não há amor nenhum é a ferida que arde,
alargada por dor da cabeça ao pé,
aos braços leste a oeste em giro de loucura
que ao coração perfura e o sangra à morte
embora ainda viva no seio fatal,
e pulse esquisito doente e sem cura,
causando confusão, deixando à própria sorte
quem era inocente e, hoje, se julga mal.