O mordido


O que reprime tudo em quem foi mordido
por trauma de infância ou da puberdade
é a fúria incontrolável de um ressentido
que por ter sido vítima se vê em verdade

sem nenhuma escolha sobre ser o que é,
entre o nascer do sol e o cair da tarde
não há amor nenhum é a ferida que arde,
alargada por dor da cabeça ao pé,

aos braços leste a oeste em giro de loucura
que ao coração perfura e o sangra à morte
embora ainda viva no seio fatal,

e pulse esquisito doente e sem cura,
causando confusão, deixando à própria sorte
quem era inocente e, hoje, se julga mal. 
Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 17/09/2018
Reeditado em 17/09/2018
Código do texto: T6451044
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