A contradição boêmia do remador de um mar mínimo
É da boca da noite que me vem o hálito
ainda mal dormido de uma língua rota
que não bafeja nada mais ainda arrota
saudade do que sempre me fez ser aflito,
fazer vazar dos olhos pelo céu da boca
toda verdade crua se não me redime
ao menos alivia o que ao meu peito oprime,
embora ainda alargue a cabeça oca
uma dor escavada entre o cuspe e o cuspe
que ao invés de ser cuspida é a que faz cuspe
no chão de uma sarjeta onde a Lua treme
sob barco de papel onde há aceso lustre
a iluminar convés onde nada se frustre
na hora em que boemia o braço ainda reme.
É da boca da noite que me vem o hálito
ainda mal dormido de uma língua rota
que não bafeja nada mais ainda arrota
saudade do que sempre me fez ser aflito,
fazer vazar dos olhos pelo céu da boca
toda verdade crua se não me redime
ao menos alivia o que ao meu peito oprime,
embora ainda alargue a cabeça oca
uma dor escavada entre o cuspe e o cuspe
que ao invés de ser cuspida é a que faz cuspe
no chão de uma sarjeta onde a Lua treme
sob barco de papel onde há aceso lustre
a iluminar convés onde nada se frustre
na hora em que boemia o braço ainda reme.