Homenagem a uma louca que não suporta a dor a ser sentida antes da sanidade


Não venha transbordar tumultuosas águas
jamais antes filtradas pelo pensamento,
que não possuam sentido e me tragam mágoas
só para ver a dor que é o teu tormento

nalgum espelho d´água em mim inexistente,
nunca se apaga em mim, mesmo que invadido,
tudo que em mim rejeita o amor bandido
que intente o assalto contra toda gente,

mas ao poeta vem como paixão infrene
tentar fazer poeta somente o que pene
a dor que a acovarda e impede que conheça

a água limpa e clara que ao fluxo não empene
a doce superfície. Sei o teu ar solene!
Sei o teu desconchavo dos pés à cabeça.
Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 20/09/2018
Código do texto: T6453968
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