A fúria do mar

Tudo do que fugi em mim mesmo estava:
o homem das cavernas com a sua clava,
a explosão de fúria que houve em bomba atômica
e a negociata em balcão de fórmica

de uma espelunca suja onde se compra o sexo,
por gosto de não ser a loucura completa,
nem viver em mentira estúpida e sem nexo,
como se o amor surgisse só com o peito em seta

a fim de o coração sangrar algum afeto,
por haver a maldade até em caminho reto
em prol de uma moral feita de intolerância,

para que o ódio faça o serviço completo
quando o porto não aguenta o mar insurrecto
que em sua fúria imensa me alcança à distância.
Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 02/10/2018
Código do texto: T6465880
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.