A arte de abandonar o templo
Ainda é a memória o melhor exemplo
da saída do templo para entrar na vida,
do cárcere do templo que criava dúvida,
bendita incerteza sobre o que há no templo
entre o realizar alguma experiência
e o nada fazer para não ser impuro,
na dissociação entre a fé e a ciência,
sabedoria que torna o homem seguro
ao esvaziar a mente do que o mortifica
sem o morrer na praia ou voltar ao mar,
sem quem se identifica com que o identifica,
quase sem mais sonhar, sonhar, sonhar, sonhar
tudo que represente apenas súplica,
por já ter conhecido terra, fogo, ar, mar.