NO ESPELHO

Sei quem sou nesta saga de mortes confusas,

leio certo entre linhas tão tortas e turvas,

vou além de meus tombos nas dobras e curvas;

até mesmo onde os rumos viram parafusos...

Minhas mãos nunca perdem seu jeito prás luvas;

quando a vida em doer é moinho de abusos,

tenho mil esperanças e sonhos intrusos;

sou raposa que sabe abocanhar as uvas...

Ninguém porta o poder de arrebatar meus passos;

abracei o desejo de atingir um ponto,

a tal ponto que fi-lo extensão de meus braços...

Nada pode calar a certeza tão densa

que já tem no projeto algo nítido e pronto,

considera que a lida já é recompensa...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 01/10/2007
Código do texto: T676136
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