NO ESPELHO
Sei quem sou nesta saga de mortes confusas,
leio certo entre linhas tão tortas e turvas,
vou além de meus tombos nas dobras e curvas;
até mesmo onde os rumos viram parafusos...
Minhas mãos nunca perdem seu jeito prás luvas;
quando a vida em doer é moinho de abusos,
tenho mil esperanças e sonhos intrusos;
sou raposa que sabe abocanhar as uvas...
Ninguém porta o poder de arrebatar meus passos;
abracei o desejo de atingir um ponto,
a tal ponto que fi-lo extensão de meus braços...
Nada pode calar a certeza tão densa
que já tem no projeto algo nítido e pronto,
considera que a lida já é recompensa...