Espiral
O dia nasce atrás de escombros, fios mortos
do breu que a noite o andor depõe detrás da aurora
à luz que aflora em sol, espelhos de outros portos:
manhãs que tecem luz no encalço de outras horas
O dia vai enfim tecendo pressupostos
que o louro Apolo a luz no céu aduz e ancora
clarão do sol no véu azul em tocha aposto.
Desliza o céu ao som da luz que enfim labora
acetinado ardor no seu dossel disposto
ao sempre igual andar de sua tela, embora
pareça imóvel seu zimbório azul de agosto
E já o louro sol depõe o dia agora
na tarde que ora vai n’oeste doutro porto,
A noite ancora então no andor de suas horas.
VOLTA
Tocha do sol no véu dourado de outros portos
Que a mão de Apolo o céu adensa e ali demora
A tarde que ora vai depondo o dia morto
E a sombra enlaça o sol no breu de suas horas
O louro Apolo já depõe a luz agora
E a noite vai enfim tecendo pressupostos
Ao sempre igual andar de sua tela, embora
pareça imóvel breu o seu dossel disposto
no véu da noite ao som astral que enfim labora
acetinada luz de estrelas em seu horto
vestal lunar atrás da nau de espessas horas.
Do andor que a noite então depõe detrás da aurora
A luz aflora em sol, espelhos de outros portos:
Manhãs que o dia aduz no enlace de outras horas.