“HORAS INCERTAS”

Perco-me nas minhas noites de insónias

Que me deixam a noite inteira acordada,

Minha almofada não gosta de cerimónias

Sem ti a cama fica fria, amargurada.

Vai longe o meu tempo dos amores

Mas sonho e penso ser adolescente,

Fico com medo e penso nos horrores

Que deve estar a passar a outra gente.

Eu tento adormecer mas não resulta

A noite é grande e quase me insulta

E só de madrugada o sono chega

Mas vejo o sol a entrar pela janela

De repente afasto os lençóis de flanela,

Só nesse instante tua voz me aconchega.

Maria Custódia Pereira

26/03/2020