ALFORRIADO

Demétrio Sena - Magé

Para mim não há vida, se o laço dá nó,

se o afeto não pode respirar sozinho;

quando já me sufoca, prefiro ser só;

a gaiola de luxo não supera o ninho...

Quero cama que nunca me roube o caminho;

tomar banho e de novo me cobrir de pó;

vestirei os meus trapos, caso a seda, o linho

manipulem no contra; dominem no pró...

Que ninguém se nomeie senhor ou senhora

do meu tempo, meu vir e do meu ir embora,

pois me prendo e me solto pela minha chave...

E ninguém se pretenda ser meu adivinho,

decidir quando passo da pinga pro vinho,

se viajo de sonho, de charrete ou nave...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 24/09/2020
Código do texto: T7071112
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