CULPAS DE AMOR

Fui um pé-de-paixões; hoje nada mais vingo;

só restou este caule plantado ao acaso;

qualquer dia em meu peito era um belo domingo

infinito e luzente, sem sombra de ocaso...

Meu afeto é produto que passou do prazo;

minha vida cartela que sobrou do bingo;

sou a planta sem água, esquecida no vaso,

bem querer é país no qual me tornei gringo...

Nunca mais me deixei aflorar emoções;

umas breves ternuras me servem rações

de quimeras que aspiro, mas depois recuso...

Por favor não me traga esse cheiro atraente;

deixe o meu coração esquecido na mente;

minhas culpas de amor me fizeram recluso...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 28/10/2007
Código do texto: T713754
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