Bom porto
Quem dera se a mulher fosse sempre bom porto,
onde a caravela encontrasse a brisa,
e o marujo soubesse o chão aonde pisa,
sem jamais naufragar ou encontrar-se morto
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de cansaço ou de luta contra mares frios
que ainda assim se agigantam com linguas maiores
capazes de aumentar as angústias e dores,
mesmo que haja adiante bem mais desafios.
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Quem dera o navegante encontrasse a alma,
que à alma do navio não fosse infensa,
compreendendo todos casos e histórias,
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que o homem do mar tenta dizer com calma,
tentando compreender o que diz e o que pensa,
sem ter que se perder mais entre mil Marias.