O excesso
Quando nos falta pano a gente improvisa,
a rede tem mil furos dentro da balisa,
mas a bola da vez está de bola cheia,
o sorriso nos lábios e o olhar que não pranteia
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nos animam seguir para além do limite,
porque o pior limite é o que vem de fora,
sem que ninguém que queira possa ir embora,
sem que ninguém no dia possa aceitar convite
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para ir até à esquina ou a casa do amigo;
porque a segurança é no próprio abrigo
ou numa fortaleza do próprio ego,
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um pouco abstrato, nem por isso cego,
porque o ego nunca aceita desabrigo,
porque se o ego é claro não o contradigo.