Domingo I
Hoje não há trabalho para os magarefes,
a carne é fraca, o molho é ótimo, porém
o velho sheik descansa dentro do seu harém,
todos estão de folga, não pensam nos chefes,
raro é haver tempestade em dia de domingo,
o azul do céu está aos olhos como bálsamo,
porque ontem foi sábado a mulher que amo
quer só a água fresca e a sombra que respingo
como se fosse nuvem temperada e tépida,
chuvisco de verão da alegria boa e prenhe,
pois se alguém sabe o amor não há quem o desdenhe.
Não há o lenhador que boa lenha lenhe,
hoje só há o amor que a si mesmo desenhe
e a respiração leve límpida não ávida.