DE SEGUIR

É no fundo silêncio de minha verdade

que o passado se arvora, não e deixa em paz;

pondo a dor indizível de velha saudade,

recompõe cada história que penso que jaz...

Mastigando o sentido que tudo não faz,

vou levando esta carga; forjando a vontade;

quanto mais me projeto mais fico pra trás

e percebo que vivo do todo a metade...

Neste abismo insondável de minha existência,

caso exista esperança, não tem consistência;

sempre dura bem menos que um balão de gás...

As lembranças são pulgas nos pêlos da idade,

prosseguir é pirraça de alguma vaidade

que me toma de assalto, relance fugaz...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 22/11/2007
Código do texto: T748362
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.