Valentine Kraft sentada
Sentada sobre o útero de mundana plaga,
em trompas de Falópio, dentro do abdome,
sente visceralmente o som que a alaga,
como se flauta doce tocasse seu nome,
simultânea aos lábios, nota a nota tocada,
antes de abrupto gongo; em timbre mais forte,
luz toda espargir, ao longo de sul ou norte,
leste ou oeste; à beleza bem celebrada;
habituada a luz ser; luz ser de madrigais toadas,
intrincada ao corpo, em luz emanada
livre da escolha ou hora, minuto ou segundo;
beleza construída por luzes coadas,
em liquidez lucífera, entre o ser e o nada;
luz de totalidade com que se dá ao mundo.
-
Nota: Valentine Kraft é a musa que inspirou o livro sobre a serenidade da beleza Um sol para Valentine, esqueci de publicar o poema acima no livro. Fica aqui resgatado.