Valentine Kraft sentada

Sentada sobre o útero de mundana plaga,

em trompas de Falópio, dentro do abdome,

sente visceralmente o som que a alaga,

como se flauta doce tocasse seu nome,

simultânea aos lábios, nota a nota tocada,

antes de abrupto gongo; em timbre mais forte,

luz toda espargir, ao longo de sul ou norte,

leste ou oeste; à beleza bem celebrada;

habituada a luz ser; luz ser de madrigais toadas,

intrincada ao corpo, em luz emanada

livre da escolha ou hora, minuto ou segundo;

beleza construída por luzes coadas,

em liquidez lucífera, entre o ser e o nada;

luz de totalidade com que se dá ao mundo.

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Nota: Valentine Kraft é a musa que inspirou o livro sobre a serenidade da beleza Um sol para Valentine, esqueci de publicar o poema acima no livro. Fica aqui resgatado.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 12/11/2022
Código do texto: T7648364
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