Movimento curvo – parafraseando Vinícius
De repente de um tudo fez-se um nada
De um todo - inteiro fez-se partes
Do sorriso que era meigo, alvo e largo
Inverteu-se entortou-se sem ser arte.
O pincel perdeu seu tino, seu juízo
A mão, sua firmeza – e agora treme
Atingira-se à lúcida alma, tão perene
Transfigura-se, fere o peito em bacamarte.
O amor que fora intenso e até afoito
Descaminhou-se pela rua abaixo
Desce aos olhos, em conta-gotas;
Lá, dentro do peito desfalece .
Vestira-se em pranto o que era riso:
Pois metera-se numa “aventura errante”
O pincel perdeu seu tino, seu juízo...