PEDRAS TALHADAS

Somos pedras trabalhadas

Pela chuva e pelo vento?

Qual lâmina deste tempo

Talhou-nos, na empreitada?

Somos pedras trabalhadas,

Num processo rude, lento,

Nas formas do sentimento,

Co’as imperfeições cortadas.

Com seus cortes, tão terríveis,

Qual artífice? Qual ourives

Deu-nos outra dimensão?...

Quem nos cortou, tão profundo,

Da grande pedra do mundo?...

— Foi a mão de Deus. Sua mão!

— Antonio Costta