SONETOS SEM RUMO

*Fanny*

Hoje, remanescem versos magoados,

esvoaçando pesados na letargia

dos meus sentidos, sonhos abafados

nos trilhos sombrios da melancolia.

Sonetos à deriva em áleas de dor...

Aluem-se estrofes, riscam-se rimas...

Versos transviados rogando amor,

atónitos... entorpecem sem estima.

Emudeçam a música da recordação!

Já não há bailados perenes no coração!

Já não há sorrisos, no olhar, desenhados!

Quero soltar este clamor acorrentado

na alma... palavras prestes a desmoronar,

desfalecidas, na apatia de tanto esperar...