NEGRITUDE

Não invente alma branca pra minha carcaça;

sou tão negro por dentro quanto sou por fora;

tenho orgulho da pele, do sangue ou da raça,

do meu povo e das lutas travadas outrora...

Nem reserve um cantinho pra me dar agora;

o Brasil é meu campo, meu chão, minha praça;

somos todos iguais numa pátria que chora

pela desigualdade que divide a "massa"...

Reconheça os valores alheios aos tons

que jamais apontaram perversos e bons,

carimbando caráter, conceito, atitudes...

Aprecie sem truque, disfarce ou trapaça;

sem a velha expressão de quem concede graça

quando assente que o negro dispõe de virtudes...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 02/01/2008
Reeditado em 02/01/2008
Código do texto: T800527
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