ARCÁDIA DE SEGURANÇA MÁXIMA

(Para nós, da Academia Mageense de Letras)

Já que obrigam falemos de flor e saudades,

dando estrofes e rimas, padrão bem passado,

deplorando as vanguardas; também as cidades

ou mantendo esses olhos de vidro embaçado...

E façamos de conta que nada é engraçado;

somos puras virtudes, os outros maldades;

condenemos de nós o que for mais ousado,

fizer leve menção de romper estas grades...

É que somos poetas, por isso doentes,

débeis pelas manhãs, loucos pelos poentes,

sobretudo capachos de regras antigas...

Metrifiquem-se as almas, a lei é feroz,

e vertamos unidos um choro de foz

nas estrofes melosas de nossas cantigas...

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 22/01/2008
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