Entardecer da alma

Tão fria e escura a tarde a chuva torna

Enquanto desce fina, mas constante...

O tempo se arrastando me suborna,

E o entediar das horas segue adiante.

Lá fora a chuva triste encharca a terra,

Cá dentro o coração padece e chora...

De todos os futuros me desterra

Enquanto induz vazio ao meu agora.

A tarde, envolta em manto de tristeza,

Transforma em parte inerte do seu frio

Minh'alma, mergulhada em vã quimera...

E a vida tão despida de certeza,

Costura, indiferente, o seu vazio

No coração que já por nada espera.

Obras publicadas: www.lojasingular.com.br

Luiz Roberto Bodstein
Enviado por Luiz Roberto Bodstein em 15/03/2008
Reeditado em 20/03/2012
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