A MENSAGEM CODIFICADA

Muitas vezes, a POÉTICA conflita com a realidade. No mundo dos fatos estão catalogados variados motivos para a criação do POEMA. Por e pela Arte, o poeta reconstroi a si próprio, o ambiente circundante, e possivelmente reconstroi-se no coletivo. Somente se dão conta disso espíritos preparados. Aqueles que sejam capazes de absorver o dito, o tido e o havido, e, por talentosos e corajosos – como na fotossíntese vital – vir a expirar o Novo, a transfiguração da matéria da vida. A aparente inutilidade da Poesia é mera questão de concretude. A tendência das pessoas é tentar que tudo (no mundo) tenha uma utilidade material e isto não ocorre com a Poética. A POESIA não nasceu pra ser tangível, palpável, entendida e compreendida de pronto – como num passe de mágica – porque ela é por natureza, linguagem codificada, cifrada. A Poética não é linguagem para todos os dias e nem para todos os viventes, porque é necessário interpretá-la... Todavia, a Poética está presente em todos os momentos da vida do ser. É por ela que o autor vela o seu mundo interior e se protege, especialmente nos poemas de temática amorosa. É necessário percebê-la, captá-la, recepcioná-la, para que se vivifique a expressão do SENTIR. O dia seguinte nunca será o mesmo para quem é capaz de criar. Para que o humano se possa perceber na estrela que surge no horizonte. Criado o Novo, nascida estará a Novidade. Vamos todos, sem temores, ao dia seguinte...

– Do livro NO VENTRE DA PALAVRA, 2011.

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