A UNIDADE CONSOLIDA O CONTEÚDO

A experiência e a compulsão pela Palavra me aconselham a publicar o ‘Comentário’ abaixo em peça textual autônoma, a fim de compartilhar com os confrades de Letras. Também para, eventualmente, receber colaborações sobre a temática:

Para o texto: REFLEXÕES SOBRE O ESCREVER (T3326177)

De: Lu Narbot

http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/3326177

Lu, amada confreira! Parece-me que o teu texto está razoavelmente bem lavrado. Porém, a sua apresentação formal está "desconjuntada", falta-lhe unidade dentro dos parágrafos que lhe dão forma e esgotam (ou não) assuntos ou temas. O questionamento, na parte final, transparece a compulsão para o ato de escrever. E é essa compulsividade que caracteriza o primeiro momento de criação, a inspiração, segundo os portugueses; a espontaneidade, segundo a escola teórica de raiz espanhola. Seria interessante que reformatasses os parágrafos para buscar uma melhor unidade textual. Isso se torna importante, visto que o receptor necessita de um fio de linha intelectual para seguir o texto até o fim, e fazendo parte da proposta intelectiva que lhe seja prazerosa. Porque a primeiríssima função do ato de (bem) escrever se destina a proporcionar prazer ao leitor e não somente a expulsão dos demônios e anjos que vivenciam o (todo seu) mundo dentro da cuca do criador literário. Se bem que autor e receptor sejam, neste caso, ambos os destinatários. Seriam estes os alter egos de Fernando Pessoa? Parabéns! Seria interessante que lesses "A ARTE DE ESCREVER", de Schopenhauer. Há uma edição de bolso da L&PM adquirível em rodoviárias, aeroportos, bancas de jornais, supermercados, além das costumeiras livrarias. O preço é muito acessível... Terás, com e por Schopenhauer, algumas antíteses a serem deglutidas. Faze a tua síntese...

– Do livro A POESIA SEM SEGREDOS, 2009/12.

http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/3335053