A ERA FEROZ DA INQUIETAÇÃO

“Esse desprendimento da criação e depois de pronto (o poema) lançar um novo olhar, eu creio que é o que está faltando no momento para nós, poetas da internet, com a pressa para fazer a postagem...”.

Gladis Deble.

– Via Facebook, em 20/11/ 2012, 13h10min.

Também intuo e me apercebo do mesmo, poetamiga Deble. O mundo mudou, tornou-se mais rápido, frenético em uns e outros, coisas e sensações, especialmente no entretecer afetivo. No mesmo caminhar, há a finalística ansiedade de expulsar através da pele o espinho que incomoda, fazendo com que a sensação de mudança no "status quo" possa nos permitir o estado de felicidade. Por vezes pode-se entrar nesse ”feeling” com um simples clicar internético contendo o arquivo do poema – que se abre num golpe de mágica – o que equivale a promulgar “o recriar do mundo fantástico”, na visão do autor, o mago de sua criação poética. E novíssimas ânsias passam a voejar ao clamor das palavras vaticinadoras das novidades que o poema curiosamente encerra, e ao mesmo tempo liberta, pelo milagre da sugestão e o propõe como resposta à hostilidade de um mundo em estado de ferocidade. Desde a guerra fratricida entre coirmãos na luta pelo poder, aos desleixos nos jogos do sexo, com a imediata intenção do rápido levar de parceiros à cama. Vivemos a era feroz da inquietação incontida e insana...

– Do livro QUINTAIS DO MISTÉRIO, 2012.

http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/3996502