O REALISMO-NATURALISMO NO BRASIL

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Estudos Literários

 

O Realismo e O Naturalismo brasileiros tiveram início, oficialmente, em 1881: o primeiro com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis e o segundo com O Mulato, de Aluísio Azevedo publicado quando o autor tinha apenas 20 anos.

Machado de Assis em sua primeira fase de atividade literária foi romântico. Na segunda e a maior, foi realista. Aluísio de Azevedo, nosso maior representante naturalista, também revela duas direções estéticas simultâneas. Nos romances: Uma Lágrima de Mulher, A Condessa Vésper, Girândola de Amor, O Esqueleto e A Mortalha, apresenta tendência romântica. Em O Mulato, Casa de Pensão, O Homem, O Coruja, O Cortiço e O Livro de Uma Sogra, é naturalista. A explicação reside na dura luta pela existência enfrentada pelo romancista, que vivia do ofício de escritor. Daí ter de satisfazer, necessariamente, um público ávido pelo sentimentalismo romântico.

Machado de Assis com Memórias Póstumas de Brás Cubas, também introduziu entre nós o chamado Realismo Interior ou Psicológico. Em vez de se contentar com a realidade externa, superficial, que se oferece aos olhos, ele busca a realidade interna, aquela que os olhos não podem ver. O que está por detrás da máscara que os homens usam tanto na vida pessoal como social.

É importante assinalar ainda, o surgimento de algumas obras que dão seqüência ao regionalismo. O romance regionalista de fins do século XIX vai utilizar os princípios realistas-naturalistas, diferenciando-se, portanto, pela sua objetividade, dos romances do regionalismo romântico. Obras como: Luzia-Homem, de Domingos Olímpio e Dona Guidinha do Poço, de Manuel Oliveira Paiva, destacam a relação entre o brasileiro e seu ambiente regional, de modo mais detalhado e fiel que o romântico. A terra determina o comportamento do homem na visão naturalista.

Outros autores: Inglês de Souza, Júlio Ribeiro, Adolfo Caminha, Domingos Olímpio e Manoel de Oliveira Paiva. Raul Pompéia é um caso à parte. Autor de um só romance O Ateneu – Crônica da Saudade, ora é classificado como realista, ora como naturalista, ora como simbolista.

 A poesia do realismo-naturalismo está reunida sob o nome geral de Parnasianismo. ®Sérgio.

Tópicos Relacionados (clique no link):

O Realismo-Naturalismo

O Realismo-Naturalismo na Criação Literária.

Diferenças entre o Romance Realista e o Naturalista.

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Para maiores informações a respeito do assunto ver: Paulino, Graça; Estudo das formas e estilos literários; São Paulo, FTD, 1987./ Massaud Moisés; A Criação Literária. 17. ed. São Paulo: Cultrix, 1988

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Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 16/01/2013
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